sexta-feira, 25 de setembro de 2020

UM DESABAFO DE UM TEMPO PASSADO QUE PODERIA SER PRESENTE...




Eu to precisando fazer um desabafo aqui.
Eu sei que a diferentona sou eu, a que vê o mundo de outro jeito.
Mas vão tudo se foder!
Eu to de saco cheio dessa hipocrisia que força as pessoas a se encaixarem em gavetas, em formas, em padrões, impedindo que sejamos quem somos pra poder sermos aceitas em certos lugares.
O mundo tá acabando, geral ta morrendo pra caraleo, o povo tá surtado fazendo festa, saindo na rua e os cambau e eu é que não vou segurar a minha língua, vou dar show mesmo, vou falar como me sinto sim, vou problematizar o que me incomoda sim e vou sair sem ouvir resposta sim.
Fiz as pazes com ser chamada de arrogante, de louca ou do que for.
No fim quem sobra comigo, ao meu lado sou eu mesma e só eu sei os calos do meu pé e o valor dos meus boletos.
Eu não quero dó de mim não, nem piedade, nem nada.
Apenas olhem pro outro lado antes de chamarem alguém de louca ou de surtada, ou não olhem mesmo e me deixem em paz, aliás deixem todos os intensos, os verdadeiros em paz, se vocês não conseguem nos entender, bem vindos, eu também não me entendo, e gosto assim.
E sim, eu vou continuar causando, tacando fogo mesmo.
Vocês é que lutem, não é isso que se diz?
Aqueles que ficam comigo merecem e recebem todo o meu amor porque é todo, é verdadeiro eu não consigo ser por partes ou em pedaços.
Aqueles que se vão, só desejo o bem e que sejam felizes, TODOS somos tóxicos uns pros outros em algum momento e eu sei que não sou nem nunca fui um alecrim dourado, só vá e vá bem, se for pra gente se reencontrar a gente se reencontra, mas me deixa em paz, segue teu caminho que da minha parte eu sigo o meu na paz.
Eu não tenho medo dos choques, dos debates, das tretas, eles nos fazem crescer, eles geram vida, sinto por aqueles que os evitam e que acham que é ruim.
Ruim é aceitar uma pessoa que foi péssima em vários momentos sem falar pra ela que ela tá fazendo merda, ou aceitando que o machismo, o racismo a LGBTfobia está presente, além de outras formas de escrotismo e falta de respeito em prol da maldita "boa convivência".
Eu quero que se foda a "boa convivência", isso só mata um monte de gente o tempo todo, se não fisicamente, mata sonhos, mata espontaneidade, mata brilho, mata a verdade.
Aonde não houver respeito, eu vou gritar sim.
Aonde não existir empatia eu vou falar mesmo.
Como é que se muda uma realidade tão bosta como a nossa sem abalar as estruturas? 
Aliás, se não derrubar as estruturas nada vai mudar.
Eu não sei vocês, mas eu não suporto isso aqui.
O dia que eu for embora espero não voltar mais, porém enquanto eu estiver aqui eu vou causar mesmo e foda-se.
Você não precisa me aceitar nem ficar perto de mim, e está tudo bem mesmo.
Mas se quiser ficar, o mar aqui é divertido, intenso, forte e não é para os "fracos".
Eu só sei ser intensa.

PRISCILA KLESSE

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