Não faz muito tempo eu tomei muito sol, e um baita de um sol forte durante alguns dias, eu estava em viagem e não imaginava que isso pudesse me ocorrer e acabei não levando protetor solar.
Já quase com bolhas na pele comprei um protetor solar e me cuidei mais, passei a tomar mais água e hidratar a pele com um hidratante pra pele seca.
Então comecei a perceber e refletir sobre o fenômeno que se manifestava em mim... toda aquela pele queimada daria lugar a uma pele novinha, minha pele genialmente começava a se regenerar, inevitavelmente eu comecei a pensar e fazer analogias sobre isso...
É bem possível que seja mais uma das reflexões óbvias que eu faço na vida, sem nenhum ineditismo, mas ok, vou expor aqui e te peço que comente se assim quiser...
Quantas vezes em nossa vida nos expomos à sois intensos e fortes demais sem nenhum tipo de proteção e acabamos por ter queimaduras profundas que doem, machucam, marcam nossas peles e que demora até desaparecerem?
E quantas vezes estamos realmente dispostos a nos ajudar a curar essas queimaduras nos hidratando e protegendo de verdade?
De qualquer forma, pensei muito sobre essa capacidade absurda que temos de nos regenerar... é um milagre o que a natureza opera, na velocidade que opera, essa troca de células queimadas por células novinhas em folha!
Pensei muito sobre essa sabedoria inata de nosso corpo, de nosso ser... penso que tudo pode ser regenerado em nós... as células, as memórias, as dores podem ser ressignificadas e tudo pode se transformar num incrível aprendizado que nos torna pessoas novinhas em folha, mas muito mais sábias, experientes e brilhantes.
Nessa mesma viagem que me ocorreu esse episódio, eu troquei de pele em vários sentidos, me regenerei durante a viagem e a eu que retornou não tinha mais a mesma pele daquela que embarcou. Penso que pra algumas pessoas eu até troquei de rosto, porque elas não me reconheceram mais... mas curiosamente eu me reconheço ainda mais agora, é como se a pele queimada enfim me dissesse que eu estava pronta pra receber e aceitar uma nova pele, mais próxima da minha essência e do meu eu real de agora, pele essa que também não seré definitiva, porque nada é, e está bem assim...
Eu levei um tempo pra ter noção real do quanto eu havia mudado e ao mesmo tempo que essa mudança só tinha me trazido pra mais perto de quem eu sou e sempre fui no meu eu mais íntimo e que eu escondia atrás de peles que eu nem sei se realmente eram minhas ou se eu as tinha vestido achando que fossem...
A gente não precisa ter medo de trocar de pele... é bom, é saudável, as células mortas precisam ir pra que as novas apareçam. A vida é esse ciclo de morte e nascimento, e isso é fantástico!
PRISCILA KLESSE
